FOTO: KID JÚNIOR Sem sistema de esgoto, os dejetos escorrem a céu aberto em Frei Domingos |
A falta de rede de esgoto e água tratada prejudica a qualidade de vida num dos mais belos recantos do Estado do Ceará
Guaramiranga - Com o segundo metro quadrado mais caro do Estado, este Município padece com a falta de saneamento básico. As redes de esgoto e água precárias paralisam a construção de novos empreendimentos, enquanto os moradores mais pobres sofrem com a limitação do saneamento básico num dos lugares privilegiados pela natureza exuberante e o clima serrano.
A contradição em Guaramiranga é ainda mais acentuada sobre a forma de convivência com a vulnerabilidade do saneamento básico. Enquanto boa parte dos moradores de baixa renda da Comunidade Frei Domingos, no Centro da Cidade, convive com esgotos escoando a céu aberto, os mais ricos ou são atendidos pela oferta possível do serviço prestado pela Companhia de Águas e Esgotos do Ceará (Cagece), que atinge mais da metade da população, ou se recorre a investimentos caros para tratamento de água e esgotos.
Ambos os perfis de moradores não apenas são contrastantes como aparentam viver em mundos paralelos. Os pobres da Comunidade Frei Domingos são constituídos por uma formação de casas e casebres construídos numa elevação inclinada da serra. Alguns contam com água e esgotos da estação mantida pela Cagece. Contudo, a demanda estrangulou a oferta e a saída para muitas famílias é escoar os dejetos e águas servidas de pias e banheiros morro abaixo.
Crime ambiental - Essa é a situação vivida pela dona de casa Maria Luiza Damascena. Ela diz que o mau cheiro é constante, quase todas as horas do dia, em vista dos resíduos que escorrem pelos estreitos canais construídos nas encostas.
Sobre o problema, a Cagece observa que o despejo em via pública pode caracterizar crime ambiental. Lembrando que a fiscalização de despejos irregulares de esgoto não é de responsabilidade da Cagece.
Enquanto isso, os ricos condomínios funcionam, mediante a obrigatoriedade da construção de uma estação de tratamento, como é o caso do residencial Multiflor, localizado a menos dois quilômetros da sede e onde antes existia uma extensa plantação de café.
O supervisor da obra, engenheiro Ricardo Ramos, lembra que a obra teve início em 2007. Na época, conforme conta, teve o compromisso da Cagece de que as demandas por água e esgotos seriam por conta da Companhia, atendendo 85 unidades habitacionais, sendo 40 casas e 45 lofts. De lá cá, a obra ficou suspensa e teve onerada sua planilha. Hoje, uma casa pronta no Multiflor, supera R$ 1,2 milhão, quando o valor seria menos da metade. Além disso, outras iniciativas de condomínios estão paradas, diante da determinação da Prefeitura Municipal em não conceder novas licenças.
Apesar dessas dificuldades, o metro quadrado em Guaramiranga somente perde para a Avenida Beira-Bar, estimado em R$ 10 mil. Em Guaramiranga, o metro quadrado varia de R$ 1.500 a R$ 5.000 (esse último valor é referente ao imóvel já com área construída), de acordo com o consultor e avaliador imobiliário Armando Cavalcante. "É lugar reconhecidamente de lazer e símbolo de status, daí aquecer o mercado imobiliário", afirma o especialista e consultor.
A contradição em Guaramiranga é ainda mais acentuada sobre a forma de convivência com a vulnerabilidade do saneamento básico. Enquanto boa parte dos moradores de baixa renda da Comunidade Frei Domingos, no Centro da Cidade, convive com esgotos escoando a céu aberto, os mais ricos ou são atendidos pela oferta possível do serviço prestado pela Companhia de Águas e Esgotos do Ceará (Cagece), que atinge mais da metade da população, ou se recorre a investimentos caros para tratamento de água e esgotos.
Ambos os perfis de moradores não apenas são contrastantes como aparentam viver em mundos paralelos. Os pobres da Comunidade Frei Domingos são constituídos por uma formação de casas e casebres construídos numa elevação inclinada da serra. Alguns contam com água e esgotos da estação mantida pela Cagece. Contudo, a demanda estrangulou a oferta e a saída para muitas famílias é escoar os dejetos e águas servidas de pias e banheiros morro abaixo.
Crime ambiental - Essa é a situação vivida pela dona de casa Maria Luiza Damascena. Ela diz que o mau cheiro é constante, quase todas as horas do dia, em vista dos resíduos que escorrem pelos estreitos canais construídos nas encostas.
Sobre o problema, a Cagece observa que o despejo em via pública pode caracterizar crime ambiental. Lembrando que a fiscalização de despejos irregulares de esgoto não é de responsabilidade da Cagece.
Enquanto isso, os ricos condomínios funcionam, mediante a obrigatoriedade da construção de uma estação de tratamento, como é o caso do residencial Multiflor, localizado a menos dois quilômetros da sede e onde antes existia uma extensa plantação de café.
O supervisor da obra, engenheiro Ricardo Ramos, lembra que a obra teve início em 2007. Na época, conforme conta, teve o compromisso da Cagece de que as demandas por água e esgotos seriam por conta da Companhia, atendendo 85 unidades habitacionais, sendo 40 casas e 45 lofts. De lá cá, a obra ficou suspensa e teve onerada sua planilha. Hoje, uma casa pronta no Multiflor, supera R$ 1,2 milhão, quando o valor seria menos da metade. Além disso, outras iniciativas de condomínios estão paradas, diante da determinação da Prefeitura Municipal em não conceder novas licenças.
Apesar dessas dificuldades, o metro quadrado em Guaramiranga somente perde para a Avenida Beira-Bar, estimado em R$ 10 mil. Em Guaramiranga, o metro quadrado varia de R$ 1.500 a R$ 5.000 (esse último valor é referente ao imóvel já com área construída), de acordo com o consultor e avaliador imobiliário Armando Cavalcante. "É lugar reconhecidamente de lazer e símbolo de status, daí aquecer o mercado imobiliário", afirma o especialista e consultor.
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