quinta-feira, 24 de novembro de 2011

DEZEMBRO: A 101 ANOS NASCIA NOEL (SAMBA) ROSA

Noel Rosa mudou os rumos da Música Popular Brasileira. Colocou na medida exata, o peso da poesia nas composições. Tudo o que aconteceria em nossa música nas décadas seguintes teria, de alguma forma, sua marca ou sua influência.

Noel de Medeiros Rosa nasceu no chalé da rua Teodoro Silva, em Vila Isabel (RJ), no dia 11 de dezembro de 1911 e lá morreu, em 4 de maio de 1937. Filho de Manoel Garcia de Medeiros Rosa, funcionário público, e de Martha de Medeiros Rosa, professora que o iniciou nas primeiras letras na escolinha que mantinha na sua própria casa. Nasceu de um parto muito difícil, arrancado a fórceps sofreu afundamento e fratura do maxilar o que lhe causou uma paralisia parcial no lado direito do rosto, como conseqüência carregou o defeito no queixo, o qual acentuava nas suas auto-caricaturas, ao mesmo tempo que manteve-se sempre tímido em público, evitando ser visto comendo.
Quando ainda era pequeno, o pai foi trabalhar em Araçatuba (SP) como agrimensor numa fazenda de café. A mãe abriu uma escola em sua própria casa, no bairro de Vila Isabel, sustenta do assim os dois filhos — o menor, Henrique, nascera em dezembro de 1914. Foi alfabetizado pela mãe e, aos 13 anos, entrou para o colégio Maisonnette, cursando depois o São Bento, onde ficou até 1928, conhecido pelos colegas como Queixinho.
Aos 13 anos, começou a tocar bandolim de ouvido, logo passando para o violão, que aprendeu com o pai e com amigos de casa: seu primo Adílio, Romualdo Miranda, Cobrinha e Vicente Sabonete, entre outros. Por 1925, já dominando o instrumento, tocava em serenatas do bairro acompanhado pelo irmão.
Em 1929, terminado o ginásio, preparou-se para entrar na Faculdade de Medicina, sem deixar de lado o violão e as serenatas. Em Vila Isabel, estudantes do Colégio Batista e moradores do bairro haviam formado um conjunto musical, o Flor do Tempo, que se apresentava em festas de família. Convidados a gravar em 1929, o grupo foi reformulado, com o novo nome de Bando de Tangarás (figura ao lado: charge dos Tangarás), conservando João de Barro, Almirante, Alvinho e Henrique Brito, componentes da primitiva formação, e incluindo-o, pois, embora jovem, era conhecido no bairro como bom violonista. Participou assim das primeiras gravações do Bando de Tangarás, o samba Mulher exigente, seguido de uma embolada e um cateretê (todos de Almirante). No mesmo ano escreveu suas primeiras composições, a embolada Minha viola e a toada Festa no céu, que gravou em 1930 nas duas faces de um 78 rpm da Parlophon. Compôs ainda, em 1931, duas canções sertanejas, Mardade de cabocla e Sinhá Ritinha (com Moacir Pinto Ferreira); decidiu-se depois, definitivamente, pelo samba.
Freqüentando o Ponto de Cem Réis, bar de Vila Isabel, entrou em contato com sambistas dos morros cariocas. Entre eles conheceu Canuto, do morro do Salgueiro, seu parceiro em algumas composições, como o samba Esquecer e perdoar, de 1931, e intérprete das primeiras gravações deste e de Eu agora fiquei mal (com Antenor Gargalhada); este último parceiro era o principal dirigente da Escola de Samba Azul e Branco, do Salgueiro. Dividindo-se entre a música e a medicina, Noel freqüentava a faculdade, que abandonou em 1932, restando dessa experiência de estudante o “samba anatômico” Coração, gravado no ano seguinte.
Em 1930 surgiu seu primeiro sucesso, o samba Com que roupa? apresentado pelo autor em espetáculos do Cinema Eldorado, e que já trazia na letra a observação crítica e humorística da vida carioca que marcaria toda a sua obra. No ano seguinte, essa música entrou em diversas revistas, entre as quais Deixa esta mulher chorar (dos irmãos Quintiliano), Com que roupa? (de Luís Peixoto) e Mar de rosas (de Velho Sobrinho e Gastão Penalva). Ainda em 1931, lançou diversos sambas, entre os quais Mulata fuzarqueira, Cordiais saudações e Nunca... jamais e conheceu Marília Batista, que se tornaria sua intérprete favorita. Por essa época várias composições suas foram aproveitadas em revistas musicais: por exemplo, em Café com música, de Eratóstenes Frazão, apareceram os sambas Eu vou pra Vila, Gago apaixonado, Malandro medroso e Quem dá mais? (ou Leilão do Brasil), e a marcha Dona Araci; em Mar de rosas, de Gastão Penalva e Velho Sobrinho, os sambas Cordiais saudações, Mulata fuzarqueira e Mão no remo (com Ary Barroso).
Ainda como componente do Bando de Tangarás, estreou na Rádio Educadora; depois de passar pela Mayrink Veiga, nesse ano de 1931 atuou na Rádio Philips, em que trabalhou como contra-regra do Programa Casé, apresentando-se também como cantor, ao lado de Almirante, Patrício Teixeira, Marília Batista e João de Barro. Formando com Lamartine Babo e Mário Reis o conjunto Ases do Samba, apresentou- se em São Paulo SP; o sucesso obtido animou-o a excursionar ao Sul do país, com Mário Reis. Em Porto Alegre RS exibiram-se no Cine Teatro Imperial com Francisco Alves, o pianista Nonô e o bandolinista Peri Cunha. Voltaram ao Rio de Janeiro em junho de 1932, depois de apresentações em cidades gaúchas, Florianópolis SC e Curitiba PR.
Convidado por Francisco Alves, passou a integrar, juntamente com Ismael Silva, um trio que participou de diversas gravações na Odeon, usando os nomes de Turma da Vila, Gente Boa e Bambas do Estácio. Formaram também uma tripla parceria, na qual, segundo consta, Francisco Alves teria entrado sobretudo com seu prestígio de cantor, embora seu nome apareça como co-autor, sendo as primeiras, surgidas em 1932, os sambas Adeus e Uma jura que fiz, e a marchinha Assim, sim!. Somente com Ismael Silva, lançou 11 composições, entre as quais os sambas Para me livrar do mal (1932), Ando cismado (1933) e Quem não quer sou eu (1933), gravando com ele diversas dessas composições na Odeon. O ano de 1932 marcou ainda o início de outra parceria responsável por sucessos antológicos, iniciada quando conheceu na Odeon o compositor paulista Vadico. Juntos fizeram Feitio de oração (1933), Feitiço da Vila (1934), Conversa de botequim (1935) e muitas outras, em que apareceu como letrista.
O ano de 1933 é dos mais fecundos da vida do compositor, registrando mais de 30 músicas gravadas. Além dos sucessos carnavalescos Até amanhã, Fita amarela e Vai haver barulho no chatô (com Valfrido Silva), outras produções importantes desse ano foram os sambas Onde está a honestidade?, O orvalho vem caindo (com Kid Pepe), Três apitos e Positivismo (com Orestes Barbosa). No mesmo ano teve início a polêmica com Wilson Batista, em torno da qual seriam produzidos diversos sambas famosos: Lenço no pescoço (Wilson Batista) fazia a apologia do sambista malandro, imagem que contestou com Rapaz folgado; Wilson Batista retrucou com Mocinho da Vila, encerrando a primeira fase da polêmica, que continuou depois de algum tempo com novos sambas de parte a parte.

25 DE NOVEMBRO: A MULHER NA HISTÓRIA

25 DE NL0VEMBRO DE 1927 - BRASIL

O Governador do Rio Grande do Norte, Juvenal Lamartine, consegue uma alteração da lei eleitoral dando o direito de voto às mulheres. O primeiro voto feminino no Brasil – e na América Latina! – foi em 25 de novembro, no Rio Grande do Norte. Quinze mulheres votaram, mas seus votos foram anulados no ano seguinte. No entanto, foi eleita a primeira prefeita da História do Brasil: Alzira Soriano de Souza, no município de Lages - RN.

                                                       Alzira Soriano em seu gabinete no governo de Lajes

DIA NACIONAL DAS BAIANAS SERÁ COMEMORADO COM MUITO ACARAJÉ,
JONGO E SAMBA NA CIDADE NOVA

FESTIVAL DE CINEMA DE JUIZ DE FORA E MERCOCIDADES

O melhor dos melhores de todos os tempos

Comemorando sua décima edição, o Primeiro Plano abre espaço para os melhores curtas premiados entre 2002 e 2010. A ideia é organizar uma competitiva entre os vencedores das edições anteriores do festival em comemoração aos 10 anos do Primeiro Plano. O vencedor ganhará um troféu comemorativo e terá seu curta exibido na Mostra competitiva de Juiz de Fora. A votação está aberta ao público através do site até o dia 02/12 e a premiação será na cerimônia de encerramento, dia 03/12. Mais quinze minutos de fama para os gênios das últimas horas. Confira os vídeos e vote no maior sucesso de todos os tempos do Primeiro Plano.
Selecionados 2011: Mostra Competitiva Nacional

Julie, Agosto e Setembro, de Jarleo Barbosa
Distantes, de Bruno Peres
Uma Noite, de Daniela Santos
A Menor Distância entre Dois Pontos, de Breno Nina e Elias Guerra
Redoma, de Noelle Rodrigues
Qual Queijo Você Quer?, de Cíntia Domit Bittar
Metafísica, de Eduardo Gomes
Braxília, de Danyella Proença
Flash, de Alison Zago
Vó Maria, de Tomás von der Osten
Pétala, de Vitor Dourado
Caos, Fábio Baldo
Cine Camelô, de Clarissa Knoll
A Obscena Senhora Silêncio, de Leandra Lambert e Alexandre Gwaz
Entre Muros, de Adriana Tenório
Monja, de Breno Baptista
Aphasia, de Cainan Baladez
Rotina Matinal, de Daniel Donato
Lápis de Cor, de Alice Gomes
Tempo de Criança, de Wagner Novais
A Arte de Andar pelas Ruas de Brasília, de Rafaela Camelo
O Cão, de Abel Roland e Emiliano Cunha
César!, de Gustavo Suzuki
O Hóspede, de Anacã Agra e Ramon Porto Mota


Vote no melhor filme: www.primeiroplano.art.br/2011

SEMINÁRIO DE CAPOEIRA

EDITAL FUNARTE: INSCRIÇÕES ABERTAS

Prêmio Funarte de Arte Contemporânea 2011 – Projéteis Funarte de Artes Visuais Rio de Janeiro

Pessoas físicas de todo o Brasil, envolvidas com as artes visuais, podem ocupar a galeria do mezanino no Prédio Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro, através deste programa. O período de ocupação é de 30 dias e está previsto para ocorrer em 2012. Os selecionados devem montar exposições que tenham o objetivo de estimular a multiplicidade e a diversidade de linguagens e tendências em suas variadas modalidades de manifestação, bem como promover a difusão, o fomento, a reflexão, a produção artística e o intercâmbio entre todos aqueles que compõem o campo das artes visuais. Para tanto, devem propor à Funarte uma programação para o espaço considerando as características da arquitetura e as especificidades do local, de acordo com as descrições contidas no edital. Cada um dos quatro projetos contemplados recebe o aporte financeiro de R$ 95 mil. O investimento total é de R$ 380 mil.
Os projetos serão avaliados por uma comissão a partir das seguintes diretrizes norteadoras: qualidade do projeto; seu planejamento e viabilidade prática do projeto; ação sócio-educativa que vise à democratização do acesso aos resultados finais do projeto (por exemplo: debates, palestras, encontros e visitas); qualificação dos profissionais envolvidos; estratégias de comunicação e divulgação; público-alvo, considerando a importância da renovação e qualificação de público para as artes visuais, e conformidade com os objetivos do edital.
Mais informações: projeteisrj@funarte.gov.br

PARA ONDE VAI O CINEMA CEARENSE?

Este namoro não é novo. Há muito que o Ceará e o Cinema se paqueram, se assediam, ensaiam uma aproximação e, geralmente, acabam por se estranhar. No entanto, 2011 definitivamente foi o ano em que essa relação passou da fase dos “tapas e beijos”. A consagração de diretores cearenses de várias gerações em alguns dos mais prestigiados e disputados festivais de cinema brasileiros e internacionais mostra que algo muito especial está acontecendo neste momento.
O Festival do Rio, no mês passado, foi o último deles. Na noite da premiação, houve fartura de reconhecimento ao talento “made in Ceará”. Petrus Cariry recebeu menção honrosa do júri oficial assim como o prêmio de melhor fotografia para Mãe e Filha, filme em que também assina a direção. Karim Aïnouz levou o troféu de Melhor Direção de Ficção por O Abismo Prateado. A estreante em longa-metragens Roberta Marques recebeu o título de Melhor Filme da Mostra Novos Rumos, com o seu Rânia.
Universos tão diferentes quanto os por onde transitam o cinema de Karim, Roberta e Petrus dão indícios de pelo menos uma qualidade do audiovisual produzido hoje por cineastas cearenses: a polifonia. Tanto de conteúdo quanto de forma. A partir desta constatação, cineastas premiados  foram ouvidos para descobrir se realmente há um novo momento na produção audiovisual cearense e saber para onde, afinal de contas, vai o nosso cinema. “A atual produção do cinema e do audiovisual cearense está certamente vivendo um momento importante e por que não um ‘novo momento’, como você sugere”, responde Roberta Marques. “No entanto acredito que esse ‘novo momento’ tenha suas bases em uma história que começou faz tempo, com Adhemar Albuquerque e que passou por diversas fases, autores, diretores, produtores e cinegrafistas no decorrer de quase um século”.
Karim Aïnouz volta seu olhar para outro ângulo. “Acho que existem várias coisas: o curso de cinema da UFC, a Vila das Artes (os resultados disso já são claramente palpáveis, nos curtas, nos coletivos, nas reflexões, no fluxo de visitantes para estes dois cursos, estabelecendo um contexto intelectualmente rico, dinâmico)”, reflete o diretor de Madame Satã e O Céu de Suely.  E completa: “Os longas premiados pelos últimos editais: o do Joe (Pimentel), o da Roberta, o do Alexandre Veras. Os filmes do Petrus (os dois). Os filmes dos irmãos Pretti e do Guto, o Alumbramento, uma nova geração cheia de vida e de frescor e que trabalha junto, diferente da minha, que era marcada por uma certa atomização. Há inovação, invenção e irreverência. Poderíamos falar de um cinema equatorial, feito no Ceará? Acho animador, e acho que tem tanto frescor. O Ivo Lopes, o Danilo (Carvalho) que faz som... Há originalidade. Isso é muito bom. E muita coisa”.
Como Petrus Cariry estava às voltas com novas filmagens, embrenhado no Sertão nordestino, valeu-se de um porta-voz para responder às perguntas enviadas por email. Seu pai, o também cineasta e parceiro em diversos filmes, Rosemberg Cariry falou em nome do clã. “Uma das características da produção cearense é a diversidade. Você tem um cinema que dialoga com as tradições culturais, um cinema espírita, um cinema histórico, um cinema de viés popular e etc”, analisa Rosemberg. “O cinema experimental e esteticamente mais ousado, tem conquistado mais espaços e reconhecimento nos festivais, mas os cinemas de feições mais tradicionais também têm conquistado público e importantes nichos de mercado”.
E o futuro? Quando as lentes se voltam para o futuro, para projeções do que vem por aí, o bom humor é o primeiro que se apresenta. “Espero que (o cinema cearense) vá para um lugar bem bom!”, brinca Roberta, para em seguida deixar a seriedade tomar conta da conversa via email. “Mas não podemos nos escorar em prêmios, temos que continuar trabalhando, arriscando, dialogando e produzindo. Isso é só o começo de uma jornada que não tem fim, pois somos parte de um processo, um processo eterno. De uma forma geral acho que levar esse momento a sério é muito importante para tirar proveito dele de maneira profissional, produtiva e criativa. Isso vale para os diretores e produtores, assim como para os investidores”. “Acho que vai por um caminho marcado pela originalidade, pela inquietação de encontrar novas maneiras de contar histórias, de narrar, um jeito colaborativo, coletivo de fazer e uma vontade grande, um tesão e uma paixão grande por cinema, em um momento de crise do próprio cinema como forma de expressão”, pontua Karim. “Há um sopro de esperança, há uma construção de uma auto-estima que foi ausente por tantos anos né?”.
Rosemberg faz coro com os colegas. “Vivemos um momento crucial, onde já mostramos do que somos capazes na criatividade e na solução das muitas dificuldades para dar visibilidade e inserir a produção cearense no circuito nacional e internacional, mas dependemos agora de um plano estratégico de diretrizes e metas para os próximos dez anos, de forma a planejar as ações para o setor”, afirma.
Com reconhecimento da crítica e do mercado exibidor, a produção cinematográfica cearense é destaque nacional e internacionalmente. No entanto não desfruta da devida atenção das autoridades da área cultural. E agora?
                                         Cena de 'Mãe e Filha', maior premiado do Cine Ceará.

Fonte: O POVO

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