terça-feira, 13 de dezembro de 2011

RETROSPECTIVA: DE PORTAS ABERTAS?


Neste fim de semana, começa o V Festival de Dança Fendafor, no Teatro Rachel de Queiroz, de Guaramiranga. Mas... Não estava aquele palco interditado?
JORNAL O POVO  08.12.2011

Raquel Rampazzo e Welton Nascimbene,
da Cia.  Brasileira de Danças Clássicas de São Paulo,
são destaque na programação (DIVULGAÇÃO)

 Dois eventos deixaram de acontecer no Teatro Rachel de Queiroz, em Guaramiranga, neste 2011. O Festival de Jazz & Blues e o Festival Nordestino de Teatro (FNT) foram obrigados a reorganizar suas estruturas: o equipamento sofria com as fortes chuvas. Infiltrações e uma rachadura nos canos que fazem a drenagem, por baixo do palco, impeliram o fechamento das portas no início do ano. Mas eis que o V Festival de Dança Fendafor anuncia sua etapa (itinerante) na pequena cidade serrana para acontecer exatamente ali, no Rachel de Queiroz.
Segundo o atual Secretário de Cultura da cidade, Almir Franco, houve um erro de comunicação “Não estava interditado. Os técnicos fizeram visitas e viram que estava tudo normal. Ele nunca foi concluído. Isso, sim”, contou, por telefone. “Ele não estava interditado, a gente fez o pedido e foi liberado”, reafirma Janne Ruth, organizadora geral do Fendafor. Não foi isso, porém, que apurou O POVO em duas ocasiões anteriores. Em matéria de 21 de fevereiro, por exemplo, Ricardo Ruiz, então secretário de Cultura do município, dizia: “O teatro está interditado porque detectou uma deficiência na estrutura. Um engenheiro da Prefeitura nos recomendou não utilizar (o teatro) no momento”.
A obra de reparos na estrutura tinha valor estimado em R$ 200 mil. Já a reforma completa, com finalização do projeto, custaria algo em torno de R$ 1,5 milhão. “Na verdade, eu assumi a secretaria em maio. Nunca chegou em minhas mãos um documento interditando o teatro. A primeira coisa que eu procurei foi profissionais que pudessem acompanhar e dizer sobre o uso ou não do teatro”, retificou Almir Franco. Um desses profissionais, segundo Almir, é Joaquim Caracas. O POVO tentou falar com ele ao telefone, mas o número estava desligado até o fechamento desta edição.

Naquele fevereiro, a Secretaria da Cultura do Estado (Secult) se comprometeu a ajudar a Prefeitura, tendo em vista a impossibilidade desta trabalhar sozinha. Era preciso, porém, que fosse entregue um projeto completo das demandas. O dito projeto nunca foi entregue, segundo a assessoria de comunicação da Secult. Depois de duas datas marcadas e desmarcadas para um encontro entre secretário de cultura de Guaramiranga e secretário estadual, Francisco Pinheiro, a reunião ainda está pendente. E não deve acontecer este ano, apenas no próximo. A agenda do secretário Francisco Pinheiro já está fechada, informou a assessoria.
No final de agosto, O POVO voltou a visitar o equipamento. O Teatro Rachel de Queiroz continuava com fissuras nas paredes e goteiras. Naquele momento, o último laudo sobre os problemas, assinado pelo engenheiro Helder Martins, denunciava infiltrações, resultado de um rompimento de um tubo de drenagem, que inundou o subsolo, logo abaixo do palco – o piso é de solo batido. A inundação provocou a saturação do solo e, por consequência, a acomodação da fundação dos pilares.
Em agosto, Vanildo Costa, coordenador artístico da Associação dos Amigos da Arte de Guaramiranga (Agua), articuladora do FNT, declarou que “o festival vai acontecer na rua por uma situação que está posta e não por opção”. Maria Amélia Mamede, da diretoria da Via de Comunicação, que realiza o Festival de Jazz & Blues, confirmou que no próximo ano o evento vai acontecer também na rua. “Tinha umas rachaduras e a gente ficou preocupado com a questão da segurança. Até a gente ter um laudo assinado, que diga que o teatro está em condição de uso, faremos do lado de fora”. Nesse novo formato, o espaço fica maior e é mais fresco. “Imagina você passar calor em Guaramiranga. Mas se estivesse todo certo, seria um equipamento que nós utilizaríamos”.  
(...)
PARA ENTENDER - Em matéria de 21 de fevereiro, Ricardo Ruiz, então secretário de Cultura de Guaramiranga, disse ao O POVO: “O teatro está interditado porque detectou uma deficiência na estrutura”. No final de agosto, voltamos a visitar o equipamento. O Teatro continuava com fissuras nas paredes e goteiras. Naquele momento, o último laudo sobre os problemas denunciava também infiltrações.
Transcrito: Jornal O Povo
Júlia Lopes  *   julialopes@opovo.com.br 

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TV SENADO FAZ EXIBIÇÃO MEMORÁVEL PARA HOMENAGEAR FERROVIA

Por: Cleide Fátima – Especial São Paulo – SP

 Uma história memorável, que se passa em quatro estados do país é uma das principais atrações da TV Senado para Dezembro. Memorável Trem de Ferro, documentário etnográfico que revive o glamour da ferrovia – São Paulo Rio Grande promete encantar expectadores de todo  Brasil.  O filme de 52 minutos viaja pela  saga de uma das mais audaciosas obras ferroviárias da América Latina, percorrendo mais de 1400 quilômetros de trilhos entre Itararé (SP) e Santa Maria (RS).
A escolha da data, 17 de Dezembro, tem significado especial:  Trata-se do dia em que a ferrovia celebra 101 anos. A veiculação em horário nobre, programada para às 21:30 é uma forma de homenagear a Região Sul e  Interior paulista, onde o traçado ferroviário foi preponderante para a ocupação territorial.
Uma biografia de contrastes marcados pelo massacre comandado pelo exército brasileiro sob o caboclo, herdeiro originário das terras, que lutou com bravura, mas sucumbiu a tirania sangrando a derrota. Ao final da criminosa campanha, a colonização, o povoamento da região e o surgimento de uma nova civilização. 
Numa época em que o Brasil dava os primeiros e decisivos passos para a industrialização, o trem foi decisivo. Aos poucos o caminho das antigas tropas deu lugar ao mundo ferroviário por onde anônimos e celebridades da época seguiram na mesma direção.
A locomotiva do progresso conduziu Getúlio Vargas à tomada do poder na década de 30. Um trem de sonhos e esperanças que introduziu na região os migrantes, vindos das velhas colônias gaúchas. Gente que com suor e esforços fes surgir indústrias com a Sadia e Perdigão, entre tantas outras marcas mundialmente conhecidas.
O império feito a ferro e fogo que com o passar dos anos foi perdendo as forças e agonizando pacificamente, deixando escrita uma história nostálgica onde o trem é o astro principal.
Lançado em Fevereiro deste ano, Memorável Trem de Ferro, o primeiro documentário catarinense em película digital já vou apreciado por pelo menos 130 mil pessoas em mais de 80 cidades e centenas de sessões ao longo do ano. Após ser premiado no Festival Nacional de Cinema e Vídeo Rural, teve seu compacto exibido no Canal Terra Viva, agora chega a TV Senado para reviver uma história centenária. 
Cenas como a das velhas colônias gaúchas, até então desconhecidas do cinema, a ponte férrea que transpões o rio Uruguai, ligando gaúchos e catarinenses, além de uma viagem centenária entre Piratuba (SC) e Marcelino Ramos (RS), à bordo de uma locomotiva Ten Wheeler de 1922, e o cenário do assalto ao trem pagador em Pinheiro Preto (SC), são algumas das principais emoções desse filme.
São 18 entrevistas, o que inclui depoimentos de historiadores com titulação de doutores no assunto, além de ferroviários aposentados e até mesmo colonizadores da região do Contestado. Cada um ao seu jeito contribuiu para a construção dessa teia fragmentada, que agora é um filme.
A obra começou a ser rodado em Setembro de 2010 em Itararé, SP. Naquela cidade a ferrovia parte de um entroncamento com a Sorocabana. No estado paranaense a equipe gravou em Sengés, Jaguariaíva, Palmeira e União da Vitória. Já em SC, os cineastas tiveram locações em Matos Costa, Calmon, Caçador, Rio das Antas, Pinheiro Preto, Herval  d´Oeste, Irani e Piratuba. No Rio Grande do Sul os cineastas estiveram em Marcelino Ramos, Passo Fundo, Santa Bárbara do Sul, Montenegro, Salvador do Sul e a bela Santa Maria. Fragmentos de uma história nostálgica que agora se abre na tela da TV Senado. Um filme que reascendendo lembranças e revive o passado. Entretanto a finalidade maior da obra é  a de sensibilizar autoridades e governos para a retomada ferroviária  no país.
MEMORÁVEL TREM DE FERRO EM REDE NACIONAL!!!!!!!!!!!!
UMA HOMENAGEM MEMORÁVEL Á FERROVIA SÃO PAULO – RIO GRANDE
DATA: DIA 17 DE DEZEMBRO * HORÁRIO: 21:30 * LOCAL: TV SENADO
******** VIA SATÉLITE PARA TODO O PAÍS E PAÍSES DA AMÉRICA LATINA*******

CAMPANHA MUNDIAL PELOS DIREITOS DO PÚBLICO

carta de tabor

A Federação Internacional de Cineclubes (FICC), organização de defesa e desenvolvimento do cinema como meio cultural, presente em 75 países, é também a associação mais adequada para a organização do público receptor dos bens culturais audiovisuais.

Consciente das profundas mudanças no campo audiovisual, que geram uma desumanização total da comunicação, a Federação Internacional de Cineclubes, a partir de seu congresso realizado em Tabor(República Tcheca), aprovou por unanimidade a carta que segue, que serve hoje de base para a ação cineclubista em todo o mundo em defesa dos direitos do público.
1. toda pessoa tem direito a receber todas as informações e comunicações audiovisuais. Para tanto deve possuir os meios para expressar-se e tornar públicos seus próprios juízos e opiniões. Não pode haver humanização sem uma verdadeira comunicação.
2. o direito à arte, ao enriquecimento cultural e à capacidade de comunicação, fontes de toda transformação cultural e social, são direitos inalienáveis. Constituem a garantia de uma verdadeira compreensão entre os povos, a única via para evitar a guerra.
3. a formação do público é a condição fundamental, inclusive para os autores, para a criação de obras de qualidade. Só ela permite a expressão do indivíduo e da comunidade social.
4. os direitos do público correspondem às aspirações e possibilidades de um desenvolvimento geral das faculdades criativas. As novas tecnologias devem ser utilizadas com este fim e não para a alienação dos espectadores.
5. os espectadores têm o direito de organizar-se de maneira autônoma para a defesa de seus interesses. Com o fim de alcançar este objetivo, e de sensibilizar o maior número de pessoas para as novas formas de expressão audiovisual, as associações de espectadores devem poder dispor de estruturas e meios postos à sua disposição pelas instituições públicas.
6. as associações de espectadores têm direito de estar associadas à gestão e de participar na nomeação de responsáveis pelos organismos públicos de produção e distribuição de espetáculos, assim como dos meios de informação públicos.
7. público, autores e obras não podem ser utilizados, sem seu consentimento, para fins políticos, comerciais ou outros. Em casos de instrumentalização ou abuso, as organizações de espectadores terão direito de exigir retificações públicas e indenizações.
8. o público tem direito a uma informação correta. Por isso, repele qualquer tipo de censura ou manipulação, e se organizará para fazer respeitar, em todos os meios de comunicação, a pluralidade de opiniões como expressão do respeito aos interesses do público e a seu enriquecimento cultural.
9. diante da universalização da difusão informativa e do espetáculo, as organizações do público se unirão e trabalharão conjuntamente no plano internacional.
10. as associações de espectadores reivindicam a organização de pesquisas sobre as necessidades e evolução cultural do público. No sentido contrário, opõem-se aos estudos com objetivos mercantis, tais como pesquisas de índices de audiência e aceitação.